Mas o que são nanofibras de celulose, também chamadas de celulose nanofibrilada/ nanocelulose?
São biomateriais obtidos a partir de madeira de reflorestamento, sobras de madeira, bagaço de cana e outros vegetais.
Além da vantagem de ser um material proveniente de fontes renováveis e de ser biodegradável, a nanocelulose apresenta propriedades únicas, como, dimensão em nanoescala, maior área de superfície, morfologia única, baixa densidade e maior resistência mecânica e térmica quando comparada a outras fibras.
Portanto, tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico, as nanofibras celulósicas têm demonstrado ser um potencial substituto às fibras convencionais.
São inúmeras as aplicações da nanocelulose, podendo ser usadas como reforço de plástico, cimentos e implantes biomédicos; na fabricação de compósitos, de filmes flexíveis transparentes, de aerogéis e biogéis, tintas, revestimentos, curativos; entre outros.
Com o objetivo de contribuir com as pesquisas na área, a Marconi traz para o Brasil o moinho desfibrilador Supermasscolloider fabricado pela empresa japonesa Masuko Sangyo. Um equipamento para moagem ultrafina e pulverização de amostras em nanopartículas.
O Supermasscolloider possui um disco estático e um rotativo que criam uma zona de cisalhamento que fragmentam a estrutura e as ligações da parede celular, ocasionando a individualização das fibras e a geração das nanoestruturas.
A distância entre os discos pode ser ajustada para que por meio do contato mecânico as fibras de celulose sejam desfibriladas.
O produto final obtido é uma pasta de nanofibras de celulose que podem ser processadas em inúmeros produtos.
Além do excelente desempenho na produção das nanofibras, o moinho Supermasscolloider também apresenta a vantagem de gerar um menor consumo de energia no quando comparado com os métodos de homogeneização e microfluidização, e com o processo de refinação, o que torna a produção de nanocelulose economicamente viável.
O Supermasscolloider é citado em várias publicações científicas que comprovam sua eficácia:
ABE, K.; IWAMOTO, S.; YANO, H. Obtaining Cellulose Nanofibers with a Uniform Width of 15 nm from Wood. Biomacromolecules. v.8, n.10, p. 3276-3278, 2007.
ABE, K.; YANO, H. Comparison of the characteristics of cellulose microfibril aggregates isolated from fiber and parenchyma cells of Moso bamboo (Phyllostachys pubescens). Cellulose. v.17, p. 271-277, 2010.
ABE, K.; YANO, H. Formation of hydrogels from cellulose nanofibers. Carbohydrate Polymers. v.85, p.733–737, 2011.
HASSAN, E. A.; HASSAN, M.L.; OKSMAN, K. Improving bagasse pulp paper sheet properties with microfibrillated cellulose isolated from xylanase-treated bagasse. Wood and Fiber Science. v.43, n.1, 2011
KANG, T.; PAULAPURO, H.. Effect external fibrillation on paper strength. Pulp & Paper Canada. p.51-54, 2006.
POTULSKI, D. C. Efeito da incorporação de microfibrilas de celulose sobre as propriedades do papel. 73f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012.
VIANA, L. C.. Desenvolvimento de filmes celulósicos nanoestruturados a partir da polpa kraft de Pinus sp. 125 f. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) – Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.
WANG, H.; LI, D.; ZHANG, R.. Preparation of Ultralong Cellulose Nanofibers and Optically Transparent Nanopapers Derived from Waste Corrugated Paper Pulp. Bioresources, v.8, n.1, p.1374-1384, 2013.
YANO, H.; IWANAMOTO, S.; ABE, K. The Effect of Hemicelluloses on Wood Pulp Nanofibrillation and Nanofiber Network Characteristics. Biomacromolecules., v.9, p.1022–1026, 2008.
que notícia excelente.